Com o advento de novas tecnologias e o aumento da população mundial em proporções jamais vistas nos últimos cem anos, cientistas e autoridades internacionais buscam ferramentas nas cadeias produtivas para balancear os benefícios da modernidade com a responsabilidade ambiental, para que as gerações futuras não sejam prejudicadas pela ação humana predatória sobre a natureza.
Dessa forma, várias reuniões e encontros foram feitos, com governantes de diferentes partes do globo, em busca de soluções para o problema. O Acordo de Paris, de 2015, foi um dos mais recentes e significativos tratados para conter os avanços do aquecimento global e promover o desenvolvimento sustentável no planeta.
O Governo do Estado do Acre, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA), trabalha, entre outras frentes de atuação, para oferecer, aos produtores, incentivos financeiros e técnicos adequados para a redução das emissões de carbono, tendo em vista ainda, como base das ações, pautas importantes, como de gênero e apoio às minorias.
“A CDSA faz a aproximação conjuntural com os provedores das cadeias produtivas ecossistêmicas, com viés de baixas emissões de carbono, visando as vocações regionais e culturais das populações. Assim, apoiamos os produtores(as) tecnicamente na busca de alternativas de investimentos”, afirma José Gondim, presidente da companhia.
As atuações mais recentes do órgão, de capital misto e ligado à Secretaria de Estado de Industria, Ciência e Tecnologia (Seict), foram na criação da Feira Sisa+, a plataforma virtual que ajuda mulheres empresárias rurais de baixas emissões na pandemia, ações para o fortalecimento econômico de mulheres extrativistas do Rio Croa e empreendimentos relacionados ao mercado de óleos na região do Juruá.
Os estudos são feitos por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e do Earth Innovation Institute (EII), com recursos da Noruega e Alemanha (Programa REM, Banco KfW), por intermédio da CDSA e possibilitaram, com o apoio da primeira-dama Ana Paula Cameli e Secretaria de Assistência Social, Direitos Humanos e Mulheres (Seasdhm), a criação de um plano de negócios para a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais Unidas por Liberdade, Humanidade e Amor (Amuralha).
O assentamento é voltado para a prática da bioeconomia, baixas emissões, ativos ambientais e de gênero. A Amuralha foi criada em 2005, tem 42 sócias e sua fábrica está localizada na zona rural de Rodrigues Alves, em áreas certificadas com o selo orgânico, produzindo seis tipos de sabonetes vegetais: buriti, murmuru, patauá, açaí, copaíba e andiroba.
A produção dos sabonetes gera renda e fortalece o desenvolvimento econômico e social das mulheres da comunidade Nova Cintra, que lideram toda a organização da cadeia. O fluxo da produção é estabelecido e controlado por meio dos manuais de fabricação e controle por meio dos planos operacionais de produção, tendo a comercialização dos produtos realizada de acordo com a demanda do cliente.
“Uma das reivindicações da Amuralha é um plano de negócios para a produção de sabonetes e insumos, com a cooperação com outras instituições para o atendimento dessa demanda. A consultoria feita pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) está elaborando um plano de negócios para mulheres empresárias rurais de baixas emissões, e Amuralha se enquadra na elaboração desse plano de negócios”, afirma Rosângela Benjamim, diretora da CDSA.